8ª semana

Anoreg/SP na Estrada visita cartórios da região de Bebedouro e Catanduva em sua oitava semana

Entre os dias 13 e 16 de março, a Anoreg/SP realizou a oitava semana do “Anoreg/SP na Estrada”. O projeto tem o objetivo de conhecer as mais diferentes realidades dos cartórios de diferentes naturezas espalhados pelo Estado de São Paulo. Desta vez, nossa equipe explorou as regiões de Bebedouro e Catanduva.

Em quatro dias na estrada, a Anoreg/SP percorreu mais de 1.300 km, visitou três cidades e conheceu a realidade de oito cartórios paulistas.

Taquaral

Na segunda-feira, 13 de março, deixamos nossa sede na capital paulista com destino à Bebedouro, primeira cidade que receberia o curso Gestão, Qualidade e Prática – Treinamento de Alta Performance Extrajudicial no mês.

No meio do caminho, paramos em Taquaral para conhecer o Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais e Tabelião de Notas. O município, que fica localizado a 360 km de distância da capital e tem pouco mais de 2,5 mil habitantes, pertence à Região Metropolitana de Ribeirão Preto.

Titular da serventia desde fevereiro de 2010, a oficial Thais Helena Kondo nos recepcionou juntamente de sua substituta Denise.

Ela contou que, por ser uma cidade muito pequena, seu cartório ainda encontra algumas dificuldades na parte de TI e tecnologia. Segundo a titular, isso acaba atrapalhando de certa forma na prestação dos serviços.

“A prestação de atos eletrônicos aumentou bastante nos últimos meses. Então, é necessário que o cartório tenha equipamento para prestar esse serviço. Porém, por sermos um cartório deficitário, isso muitas vezes não é possível”, conta Thais.

Tanto a titular quanto a substituta elogiaram a Anoreg/SP pela realização de cursos presenciais na região.

“Eles são muito necessários. A questão do deslocamento com certeza é uma dificuldade que impossibilita nossa presença em cursos de São Paulo. Fica complicado deixarmos a serventia e irmos até lá. Quando soubemos que o curso (Gestão, Qualidade e Prática) seria realizado aqui na região (Ribeirão Preto), ficamos muito felizes. Esperamos que, quando não for possível realizar presencialmente, que a Anoreg/SP os faça de forma online”, acrescentou Thais.

Após deixarmos Taquaral, seguimos viagem por mais uma hora até Bebedouro, onde no final da tarde seria realizado o primeiro dia do curso Gestão, Qualidade e Prática na cidade.

Bebedouro

Após o primeiro do curso de Gestão, Qualidade e Prática, tiramos a terça-feira (14) para visitarmos os cartórios de Bebedouro e de distritos próximos.

Localizado a 379 km da capital no Vale do Rio Grande, a cidade de Bebedouro tem cerca de 77 mil habitantes e é conhecida por seu vasto parque industrial, no qual se destacam indústrias de suco de laranja, de óleos vegetais, de fertilizantes, carrocerias e confecções.

A primeira serventia visitada foi o Registro Civil das Pessoas Naturais e de Interdições e Tutelas, sob titularidade de Marina Baldani desde 1997.

“Nossa principal dificuldade atualmente está no treinamento dos novos funcionários. Estamos precisando otimizar alguns setores do cartório, como é o caso do balcão, e o curso (Gestão, Qualidade e Prática) certamente nos ajudará bastante nesse sentido”, conta a titular.

Ela também elogiou a iniciativa da Anoreg/SP de trazer o curso Gestão, Qualidade e Prática para Bebedouro e contou que espera que a associação continue dando atenção aos cartórios mais afastados da capital.

“Cursos e treinamentos regionais são muito importantes para a classe. Esses encontros nos ajudam a nos atualizar e debater com os colegas cartorários. É sempre bom ter uma orientação da própria classe sobre leis novas, por exemplo”, cita Marina.

De lá, seguimos para o Cartório de Registro Civil e Tabelionato de Notas de Botafogo, um distrito de Bebedouro. A titular Kareen Zanotti, que também é diretora da Anoreg/SP e vice-presidente da Arpen/SP, nos recepcionou.

“Essa iniciativa de trazer os cursos para o interior é muito importante. O interior se sente valorizado. A Anoreg/SP tem a difícil missão de congregar todas as entidades extrajudiciais, essa é a tarefa mais difícil. São realidades muito diferentes... Então, trazendo os cursos para o interior, acaba de certa forma ajudando nisso”, declarou.

Kareen contou um caso marcante registrado em seu cartório.

“A pessoa queria mudar o nome há muito tempo. Ela não tinha entrado com ação judicial pois tinha medo de magoar os pais. Só que um mês antes da lei entrar em vigor os pais vieram a falecer. Depois disso ele passou a procurar como fazer essa alteração. Ele chegou aqui no cartório sem saber da alteração da lei, queria informações sobre como dar início ao processo e tal... Ele veio pedir orientação e mudou o nome no mesmo dia, ficou surpreso e muito feliz!”, contou a titular.

Encerrando o dia de visitas, retornamos para o centro de Bebedouro. No caminho, fizemos uma rápida parada no Cartório de Registro de Imóveis e Anexos de Bebedouro, de José Roberto Silveira. Na ausência do titular, a substituta Débora Lopes de Souza nos apresentou a serventia.

Pirangi e Catanduva

Com a conclusão do curso Gestão, Qualidade e Prática em Bebedouro, iniciamos a quarta-feira (15) montando no carro e seguindo viagem para Catanduva, próxima cidade a receber o curso na semana.

No caminho, fizemos uma parada no Cartório de Registro Civil e Tabelionato de Notas de Pirangi. A 383 km de distância da capital, o município de 11 mil habitantes se tornou independente em 2015, desvinculando-se totalmente da comarca de Monte Alto.

A serventia está vaga, sob interinidade de Priscila Aparecida de Oliveira. Ela contou que explicar para a sociedade a necessidade do cumprimento das exigências documentais é a maior dificuldade encontrada.

“Muitos clientes aqui da cidade querem tirar cidade italiana. Em muitos casos, por falta de informações, elas marcam suas viagens para a Itália antes mesmo de estarem com a documentação correta. Elas cobram e querem agilidade do cartório, mas o processo não é rápido, e em muitos casos é necessário fazer retificações. Nossa responsabilidade é muito grande!”, disse.

Outro problema apontado pela interina é a falta de mão de obra para o cartório. Ela contou que uma funcionária saiu de licença maternidade há três meses e desde então ainda não conseguiu encontrar alguém para substituir. Atualmente, somente Priscila e a substituta trabalham na serventia.

“Estamos tendo que nos virar. A gente se ajuda. Chego mais cedo, vou embora mais tarde... Enfim, temos que dar um jeito porque os serviços não param”, afirmou.
Com a conversa encerrada, deixamos Pirangi rumo à Catanduva.

Já na cidade, a primeira visita foi ao Cartório de Registro Civil de Catanduva, sob titularidade de Matheus Bressani. Como o titular estava ausente, apenas conhecemos as instalações da serventia.

Por volta das 16h, seguimos para o hotel onde mais tarde seria realizado o primeiro dia do curso Gestão, Qualidade e Prática.

Catanduva

Na quinta-feira, 16 de março, as visitas ficaram concentradas em Catanduva e distritos próximos.

A primeira parada do dia foi no 2º Tabelião de Notas e de Protesto de Letras e Títulos de Catanduva, sob titularidade de Vanderlei Carlos Facchin.

Quando chegamos por lá, o titular se encontrava em atendimento. O substituto Bruno Augusto Ferreira representou o cartório e nos contou um pouco sobre a realidade atual.

“Não encontramos muitas dificuldades na prestação de serviços e no atendimento. O único empecilho que temos é com relação às pessoas mais leigas que não sabem exatamente sobre os serviços prestados”, conta.

O substituto disse que está percebendo uma maior ligação da Anoreg/SP com os cartórios da região.

“A chegada do curso (Gestão, Qualidade e Prática) aqui na cidade foi fantástica. Esse incentivo de gestão por parte da associação é muito legal e extremamente importante para as serventias. Nosso desejo é de que sejam realizados mais encontros e cursos presenciais aqui na região com uma frequência maior, sentimos muita falta deles”, declarou.

Ainda em Catanduva, fizemos uma breve visita ao 1º Oficial de Registro de Imóveis e Anexos, sob titularidade de Alexandre Gomes.

No começo da tarde, nos deslocamos até Pindorama, um distrito vizinho de Catanduva. Por lá, fomos conhecer o Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais e Tabelião de Notas, do titular João Paulo Martins Vitral.

O oficial também citou a falta de conhecimento da população em relação aos serviços prestados pela serventia.

“A gente acaba orientando as pessoas de uma maneira bem abrangente sobre várias circunstâncias que envolvem os cartórios. São muitas especializadas, isso acaba dificuldade o entendimento das pessoas mais leigas”, citou.

João Paulo apontou uma certa distância das entidades de classe com os cartórios afastados da capital, e aproveitou para parabenizar a Anoreg/SP pelo projeto de visitas às serventias e também da realização do curso Gestão, Qualidade e Prática em Catanduva.

“Precisamos que esses cursos e encontros sejam feitos com maior frequência. Tivemos muitas atualizações legislativas e normativas, acho importante as associações trazerem isso de uma forma institucionalizadas para nós”, contou.

O oficial contou um caso marcante feito em sua serventia.

“Recentemente, ajudei uma família. Fiz uma carta de sentença, que é algo até simples para a nossa atividade, mas os pais já haviam morrido. Foi feito o inventário do casal (pai e mãe), mas nenhum deles havia sido registrado. Isso demonstra a falta de conhecimento e orientação das pessoas. A conclusão do trabalho foi muito satisfatória, tanta para a família quanto para mim pelos elogios que recebi”, contou João Paulo.

Após a conversa, retornamos para o centro de Catanduva. Mais tarde, o curso Gestão, Qualidade e Prática foi concluído na cidade.