Sexta semana do Anoreg/SP na Estrada percorre em Pirassununga, São Carlos e Mogi Mirim
No início de fevereiro, a Anoreg/SP deu continuidade ao projeto “Anoreg/SP na Estrada” e chegou a sua sexta semana de visitas aos cartórios paulistas durante a realização do curso Gestão, Qualidade e Prática – Treinamento Alta Performance Extrajudicial. A associação explorou as regiões de Pirassununga, São Carlos e Mogi Mirim.
Em seis dias na estrada, de 6 a 11 de fevereiro, a Anoreg/SP percorreu mais de 1.100 km, visitou cinco cidades e conheceu a realidade de 14 cartórios paulistas.
Localizada a 208 km da capital paulista, Pirassununga foi o primeiro destino. Com pouco mais de 70 mil habitantes, o município apresenta uma economia bastante diversificada, fundamentada na prestação de serviços, na indústria, na agropecuária e no turismo.
Cachoeira de Emas, a 9 km de distância da cidade, é o ponto de maior expressão turística, no Rio Mogi-Guaçu, com restaurantes especializados em pratos à base de peixe. Por lá, visitamos o Cartório de Notas e Anexo, sob titularidade de Thomas Nosch.
Bastante atencioso, o oficial apresentou a serventia e explicou as recentes modificações feitas por lá que ajudaram a aumentar o espaço. Seu cartório possui 12 funcionários e realiza cerca de 1.300 atos por mês.
Após conhecer o local por inteiro, Thomas nos convidou para irmos até a sua sala. Lá ele contou um pouco da realidade enfrentada pelo cartório e aproveitou para apontar que a principal dificuldade encontrada na prestação dos serviços notariais e registrais está na “unitariedade e a padronização dos processos”.
Thomas diz que há uma “discrepância” muito grande entre os cartórios nos processos. “Tem muitos cartórios que oferecem excelentes serviços e demonstram para a sociedade uma capacidade de segurança jurídica e de prestação de serviço eficiente, enquanto outros cartórios não acompanham essa informatização e muitas vezes trazem essa imagem mais burocrática da classe”, afirma.
O notário elogiou bastante a nossa visita até sua serventia. Segundo Thomas, esse trabalho é importante para unir a classe e mostrar que não é apenas alguns cartórios que atendem a população, mas sim um grande grupo de cartórios espalhados por todo o estado.
Após a visita ser finalizada, retornamos para o centro de Pirassununga, onde mais tarde seria realizado o primeiro dia do curso Gestão, Qualidade e Prática.
Na terça-feira, 7 de fevereiro, nossa equipe concentrou suas visitas nos cartórios de Pirassununga. Logo cedo, a primeira parada foi ao 1º Tabelião de Notas e Protestos, do titular Edson Borim Valera.
Ele aproveitou nossa visita para elogiar a Anoreg/SP pela realização do curso Gestão, Qualidade e Prática na cidade. “É importante para a gente a realização desses cursos e encontros na região. Eles servem para nos manter atualizados sobre diversos aspectos e quando eles são feitos na capital dificilmente conseguimos ir e levar nossos colaboradores”.
Ainda no centro de Pirassununga, nossa próxima parada foi ao Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais e de Interdições e Tutelas de Pirassununga, sob titularidade de Saulo de Oliveira desde março de 2020.
O titular contou que o período da pandemia de Covid-19 foi bastante difícil, ainda mais por ter sido logo na sua chegada à frente da serventia. Segundo ele, o número de registro de óbitos na cidade chegou a triplicar. Por outro lado, Saulo conta que as emissões de certidões de adoção são marcadas positivamente.
“Geralmente são carregadas de muita comoção. As famílias ficam tão felizes que muitas vezes até pedem para tirar foto aqui no cartório conosco, funcionários. São casos bastantes gratificantes”, conta.
Quase no final da tarde, nossa equipe se deslocou até o Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoas Jurídicas da cidade, onde fomos recebidos pelo substituto Lino Correia Barros Neto.
Durante a conversa, Lino destacou que tem um trabalho muito grande no sistema organizacional, buscando padronizar e trazer celeridade aos processos e clientes.
O substituto também contou que já percebe alguns impactos da informatização dos serviços, notando uma redução no número de idas física de seus clientes à serventia.
Na manhã de quarta-feira, 8 de fevereiro, deixamos Pirassununga com destino a São Carlos, próxima cidade a receber o curso Gestão, Qualidade e Prática.
Localizada a 231 km de distância da capital paulista, o município tem pouco mais de 250 mil habitantes e é um importante centro regional industrial. Sua economia é fundamentada em atividades industriais, serviços e na agropecuária.
A primeira parada foi no Oficial de Registro Civil e Tabelionato de Notas de Água Vermelha, um distrito que integra São Carlos. Por lá, a titular Édila Lima já nos esperava.
“A falta de conhecimento da população sobre as funções dos cartórios ainda é um problema grande. Algumas pessoas vêm aqui para pedir o título de eleitor. Eu tento mudar isso. A minha filosofia é tentar transformar o serviço de maneira que o usuário compreenda, usando menos termos técnicos, explicar os serviços que prestamos. Também busco mostrar que o cartório não é um lugar de burocracia, mas sim de segurança jurídica. É importante mostrar para o usuário que estamos aqui para solucionar seus problemas e protegê-lo”, afirma.
Além de titular do Registro Civil e Tabelionato de Notas de Água Vermelha, Édila também é interina do Oficial de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos, Civil das Pessoas Jurídicas de São Carlos. Deixando o distrito, ela nos levou até o cartório que se encontra vago, à espera de concurso.
Próximo do entardecer, fomos até o 1º Tabelião de Notas e de Protesto de São Carlos, sob titularidade de Márcio Campacci. O cartório é reconhecido pelo emprego de novas tecnologias e foi a segunda serventia paulista mais bem avaliada no Ranking da Qualidade Nacional 2022.
Para Márcio, a falta de conhecimento sobre a atividade extrajudicial traz muita dificuldade e causa “dor de cabeça” para os próprios usuários.
“As pessoas conhecerem as especialidades, o que cada uma tem atribuição para realizar, é necessário e fundamental. Acredito até que falte uma melhor divulgação explicando essa diferença. Para a população tudo é cartório, aí na hora que precisa de alguma coisa essa pessoa não sabe nem por onde começar. Nisso, já começa todo o estresse”, afirma.
O titular destacou positivamente uma maior aproximação da Anoreg/SP e outras entidades de classe com os cartórios da região nos últimos anos. Ele reforçou que é bastante importante para o desenvolvimento da classe extrajudicial que essa relação esteja cada vez mais estreita.
Começamos a quinta-feira, 9 de fevereiro, visitando duas serventias de São Carlos. A primeira parada do dia foi no Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais e Interdições e Tutelas 1º Subdistrito. Com a ausência da titular Sarah Toledo, coube ao substituto Valdecir Della Antônio nos mostrar a serventia.
“Fazer o usuário entender o que é preciso para fazer os trâmites legais de uma retificação é a principal dificuldade que encontramos. Aqui, como em todo o estado, há bastante processos de dupla cidadania”, conta.
Antes de deixarmos a serventia, o substituto agradeceu a nossa visita e reforçou a importância dessa iniciativa da Anoreg/SP de conhecer as diferentes realidades dos cartórios tais qual a realização de cursos regionais.
A próxima parada foi ao Cartório de Registro Civil do 2º Subdistrito de São Carlos, sob titularidade de Carmen Sueli.
“Sentimos falta dos cursos regionais. A pandemia atrapalhou muito. Agora que estamos notando a intenção da Anoreg/SP de tentar uma retomada. Quando não for possível que eles (cursos) sejam realizados aqui na região, gostaríamos que fosse possível acompanhar à distância”, diz a oficial.
No início da tarde, nos deslocamos até o município de Analândia para conhecer o Cartório de Registro Civil, sob titularidade de Inês Belaglovis.
“A falta de recursos e a dificuldade na mão de obra qualificada são as principais dificuldades que encontramos”, conta.
Apesar de ser um cartório deficitário, a oficial afirma que seu cartório segue um padrão e busca prestar um serviço bem-feito e de qualidade.
Antes de encerrar o dia, fomos até o município de Ibaté, que fica a cerca de 25 minutos de São Carlos. Por lá fomos até o Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais, Interdições, Tutelas e Tabelião de Notas. O cartório de Bruno de Luca é bastante conhecido no Estado, com participações recorrentes no PQTA (Prêmio de Qualidade Total Anoreg/BR) e a terceira serventia paulista mais bem avaliada no Ranking Nacional da Qualidade.
“A migração das pessoas para os atos eletrônicos é onde encontramos nossa maior dificuldade hoje. Essa orientação, como fazer... A população já está recepcionando essa ideia e está aderindo. Então, esse problema já está sendo superado”, afirma o titular.
Bruno de Luca ressalta que os cursos promovidos pelas entidades paulistas são bastante importantes e um grande diferencial para a classe.
“Com essas informações trazidas nesses cursos podemos melhorar. E melhorando, podemos prestar um serviço de mais qualidade para a população”, diz.
Por fim, o oficial elogiou bastante a atuação da Anoreg/SP junto aos cartórios do interior e mais distantes da capital.
“Esse trabalho de visitação às serventias demonstra o empenho da entidade de estar com os notários e registradores e toda a equipe que trabalham na classe extrajudicial. Na minha opinião, isso mostra o compromisso que a Anoreg/SP tem com seus associados”, finaliza.
Na sexta-feira, 10 de fevereiro, deixamos São Carlos e fomos para Mogi Mirim, onde no sábado seria realizado o curso Gestão, Qualidade e Prática para os cartórios da região.
A 155 km da capital paulista, Mogi Mirim é um município com pouco menos de 100 mil habitantes.
Na cidade, o primeiro cartório visitado foi o de Registro Civil, onde fomos recebidos pela substituta Gabrielle Gomes Batista. Assim como outras serventias visitadas, ela nos passou que as pessoas ainda confundem os serviços prestados pelas diferentes especialidades extrajudiciais.
“De forma geral, gostaríamos que melhorasse a informação para a população. As pessoas saberem que existe atendimento aos sábados, por exemplo. Isso sem dúvidas ajudaria na nossa prestação de serviço”, afirma a substituta.
Gabrielle aproveitou para elogiar a realização de cursos regionais.
“Acho que eles (cursos) deveriam ser realizados com mais frequência. Os funcionários que estão ingressando na vida de cartório ainda precisam de um pouco de conhecimento do tato. Quem faz direito é diferente de quem vai entrar para trabalhar em cartório. Então, esses cursos são importantes principalmente para essas pessoas, ajudar a dar um norte de como trabalhar em cada situação”, acrescenta.
A substituta nos contou ainda que a realização de casamentos é o mais marcante trabalhando nessa área.
Com a conversa finalizada, seguimos até o 1º Tabelião de Notas de Mogi Mirim. A titular Karine Maçola Scandiuzzi nos apresentou sua serventia.
A oficial contou que, em meio ao desconhecimento da população sobre os serviços prestados, o cartório tem uma página no Instagram para tentar esclarecer as dúvidas do usuário e ao mesmo tempo estar mais próximo dele.
Karine também fez questão de elogiar a proximidade da Anoreg/SP com os cartórios do interior ao realizar cursos, como o de Gestão, Qualidade e Prática, na região.
“Essa é a primeira vez que a Anoreg/SP realiza um curso aqui em Mogi Mirim. A gente ficou muito feliz! Tentamos divulgar ao máximo para nossos colegas cartorários de toda a região. Muitas vezes gostaríamos de participar de outros eventos, mas por conta do deslocamento acaba se tornando inviável”, encerra.
Antes de encerrar a semana de visitas, demos uma rápida para no 2º Cartório de Notas e Protesto de Mogi Mirim, de João Roberto Cani.