18ª semana

Cartórios de São Joaquim da Barra e Barretos recebem visitas da Anoreg/SP

A Associação dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo (Anoreg/SP) deu continuidade à 18ª semana do projeto 'Anoreg/SP na Estrada' entre os dias 5 e 8 de março. Neste período, foram visitados cartórios da região de São Joaquim da Barra e Barretos, cidades pelas quais a associação promoveu etapas da 2ª temporada do curso Gestão, Qualidade e Prática – Treinamento de Alta Performance Extrajudicial.

São Joaquim da Barra

Após deixar a Ribeirão Preto na terça-feira (5), a equipe da ‘Anoreg/SP na Estrada’ viajou cerca de 80 km até a cidade de São Joaquim da Barra.

Por lá, as visitas foram feitas pela nossa equipe na quarta-feira (6). A primeira serventia que recebeu a associação foi a de Henrique Junqueira Pereira, o Oficial de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoas Jurídicas. O oficial contou alguns detalhes de seu cartório.

“Hoje estamos em 11 colaboradores e a média de atos mensais está entre 1.000 e 1.100, somando todos os atos entre certidões, registros, averbações”, disse.

Henrique pontuou dois grandes problemas que enxerga na prestação dos serviços principalmente nas serventias instaladas em municípios pequenos.

“Entendo que hoje as associações estão cada vez mais representativas junto aos poderes públicos. Porém, ainda há alguns problemas que precisam ser resolvidos. Destaco, por exemplo, as gratuidades que hoje estão aumentando muito sem uma contraprestação. Isso acaba que está enforcando um pouco a estrutura dos cartórios menores e um volume muito maior de serviço. Isso acaba prejudicando a eficiência e qualidade dos serviços prestados”, disse.

“Com relação às gratuidades, eu penso que deveria haver um fundo, ser criado um fundo para ressarcimento desses atos, nem que fosse um valor mínimo ou médio, para poder suportar um pouco a prestação desses serviços gratuitos. E com relação ao valor venal, eu não sei uma forma exata de poder forçar o município a melhorar esses valores”, sugeriu o oficial.

Antes da visita ser concluída, Henrique elogiou os cursos presenciais que estão sendo realizados pela Anoreg/SP por todo Estado e também o projeto de visitas aos cartórios.

“Eu acho que é uma boa iniciativa (de promover cursos presenciais), acaba facilitando a nossa participação. Acredito também que os cursos online também são interessantes, porque às vezes o colaborador não tem condição de sair para ir assistir e o online ajuda bastante com relação a isso. Em relação ao projeto de visitas aos cartórios (Anoreg/SP na Estrada), também considero como algo positivo. Dá visibilidade a alguns cartórios que em tese não estão em cidades maiores e esse diálogo também ajuda na parte de modernização, de melhora na qualidade do serviço, e gera interação entre os cartórios”, avaliou.

Na sequência, nossa equipe foi até Orlândia, cidade vizinha de São Joaquim da Barra, conhecer um pouco mais das instalações do Oficial de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica. A serventia comandada pela titular Talita Scariot conta com 13 colaboradores, sendo três estagiários, e pratica cerca de 580 atos por mês nas três especialidades.
Segundo a oficial, fazer uma boa gestão das pessoas é um dos maiores desafios encontrados.

“Os desafios aqui na unidade dizem respeito na parte interna. Fazer uma boa gestão das pessoas é um dos maiores desafios, no meu ponto de vista. Porque ao mesmo tempo nós temos que atuar junto a equipe para mantê-la atualizada, proporcionando cursos, formação, ao mesmo tempo nós precisamos também mantê-los motivados, sempre engajados, e essas não são tarefas fáceis, né... para o oficial de registro de imóveis ou para quaisquer outros oficiais, nós somos bacharéis em direito. Então, existe naturalmente um distanciamento com esse setor administrativo. E ao assumir uma serventia, nós lidamos com essa realidade típica dos empresários, que é gerir pessoas, bens, serviços, prestar um serviço de boa qualidade, e ao mesmo tempo garantir toda a segurança jurídica, todo o arcabouço jurídico sendo aplicado diariamente. Você tem que treinar e capacitar muito bem a sua equipe para que isso aconteça”, declarou.

“No que diz respeito aos desafios da classe, nós somos convidados diariamente a refletir sobre isso, porque cada dia que passa nós temos ganhado um papel de maior relevância na sociedade, assumindo atribuições das mais diversas, principalmente com processos de desjudicialização ou a absorção de processos que não necessariamente deveriam ser concentrados no poder judicial. Então, nas últimas décadas, nós temos recebido muitas dessas atribuições e isso tem transformado a realidade do cartório no dia a dia, então, houve uma mudança radical no desempenho das atribuições e isso é um desafio para a classe como um todo, é um desafio no sentido de nós atuarmos com uma uniformidade de procedimentos, atuarmos com uma uniformidade na cobrança de emolumentos, por exemplo”, acrescentou.

Talita Scariot elogiou o trabalho feito pela Anoreg/SP nos últimos anos, destacando os cursos, treinamentos e suporte jurídico que a associação fornece às serventias do Estado.

“Eu tenho visto uma transformação na atuação da Anoreg/SP. A associação tem se mostrado nos últimos anos muito atuante junto às serventias. Eu falo isso porque, como a minha serventia é do interior, era mais difícil o acesso. E hoje, com o ‘Anoreg/SP na Estrada’, os cursos online, os benefícios que os associados têm, todo o suporte jurídico que a Anoreg/SP dá para a gente também, isso nos aproxima enquanto classe. Então, isso tem favorecido muito. Algumas das campanhas que a Anoreg/SP lança a gente consegue fazer adesão. Consegue verificar o quanto são importantes de serem praticadas e você começa a falar uma linguagem mais única entre as diversas serventias do Estado, entendendo que ninguém está isolado numa bolha e que nós precisamos trabalhar em conjunto se nós queremos melhorar alguma coisa”, encerrou.

Ainda na região de São Joaquim da Barra, nossa equipe fez uma breve visita ao Tabelião de Notas e de Protestos de Letras e Títulos, sob titularidade de Maria Lydia Gomes Flora.

Barretos

Com a conclusão da etapa de São Joaquim da Barra do curso Gestão, Qualidade e Prática – Treinamento de Alta Performance Extrajudicial, nossa equipe partiu rumo a Barretos.

Logo pela manhã da sexta-feira (8), nossa equipe visitou o 2º Tabelião de Notas e de Protesto de Letras e Títulos, sob titularidade de Fábio Fernando Jacob. A serventia possui um quadro de 12 colaboradores e pratica uma média mensal de 7 mil atos.

Ao ser questionado sobre as dificuldades encontradas na prestação dos serviços, Fábio diz que “as pessoas ainda tem uma ideia do cartório como serviço meramente burocrático, não possuem o pleno conhecimento que as normas visam proteger justamente o usuário”.

Para mitigar esse problema, o tabelião sugere “um maior apoio do judiciário, com campanhas de conscientização sobre os serviços notariais e de registro”.

Fábio destacou positivamente os treinamentos presenciais que vêm sendo realizados pela Anoreg/SP nas diferentes regiões do Estado. Ele destaca a importância do treinamento contínuo da equipe da serventia,

“Avalio como muito positiva, uma vez que mesmo sendo importante o treinamento contínuo da equipe, é difícil o deslocamento para realizar cursos em outras regiões, já que o serviço deve ser prestado de forma continua e não se pode defasar o quadro funcional. A atividade notarial e registral vem sofrendo contantes atualizações em razão das novas tecnologias e é importante que todos os colaboradores se mantenham atualizados”, avalia.

A próxima parada em Barretos foi o Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais e de Interdições e Tutelas do 1º subdistrito, sob titularidade de Gláucia Fabrini Cruger. A oficial contou que o cartório tem 11 colaboradores e os atos praticados por mês variam entre quatro e cinco mil.

Para Gláucia, um dos grandes desafios atuais está na adequação dos serviços conforme avança a modernização.

“O primeiro desafio que eu vejo é a adequação do serviço que a gente presta à demanda atual, que são os serviços digitais de pessoas que não podem estar presentes no cartório. Eu acho que a criação de plataformas como o notariado, a própria Arpen também está criando a plataforma de atos digitais, documentos virtuais, que hoje em dia a gente tem que sair dessa visão que as pessoas têm de fazer. Pessoas têm de que o cartório é algo burocrático, difícil, ultrapassado, processos lentos, com necessidade de ser feito tudo presencialmente, pegar fila. Então a gente tem, assim, um desafio muito grande, mas que eu acredito que é uma questão de adequação da necessidade atual. Modernização, estar atento às necessidades do mundo hoje em dia, globalizado, que as pessoas estão aqui no Brasil, estão fora do país, tem dupla nacionalidade, enfim, hoje não tem mais como a gente praticar, como se praticava anos atrás. Então a busca é por essa modernização, e atendimento e qualidade, porque o cartório precisa se adequar”, declarou.

“É um serviço necessário de trazer segurança jurídica para os atos, para as pessoas, para os processos, mas sem perder a qualidade, a agilidade, eficiência para que cada vez mais as pessoas confiem e tenham segurança no uso dos serviços dos cartórios para não ficar aquela coisa, poxa, eu tenho que usar, por que eu preciso disso? Por que tem que reconhecer firma? Então muitas vezes as pessoas não entendem a necessidade disso, mas às vezes é pelo próprio processo complicado, então se a gente facilitar e mostrar a segurança que isso traz nos processos, eu acho que essa é a meta”, acrescentou a oficial.

Gláucia classificou a iniciativa da Anoreg/SP de levar cursos e treinamentos presenciais pelo Estado com uma frequência cada vez maior como “uma iniciativa incrível de aproximação aos cartórios”.

“Acredito que seja uma iniciativa incrível de aproximação das entidades aos cartórios, aos nossos colaboradores e proporciona isso também um acesso mais facilitado ao treinamento, tanto dos oficiais, substitutos e colaboradores, que é o que eu acredito seja a intenção das associações, de tornar o serviço do cartório mais qualificado, com níveis de excelência. Fazer essas certificações de qualidade, de atendimento, como qualquer empresa que busque esses certificados para se tornar mais competitiva, mais visível no mercado, e os cartórios não podem ficar longe disso. E as associações fazendo da forma como fazem, subsidiando para que isso não se torne oneroso para os cartórios, é incrível. Então acho uma iniciativa muito legal e que merece ser divulgada. Às vezes os oficiais não ficam muito atentos no que está acontecendo, então quanto mais divulgação, melhor. E acontecendo dessa forma, melhor para elevando o nível, todo mundo sai ganhando com isso. A sociedade que vai ter um cartório com serviço melhor, os próprios cartórios que vão. Estar com os processos sendo realizados da melhor forma possível, com os colaboradores mais satisfeitos, cartórios mais sentáveis, enfim, todo mundo ganha”, elogiou.