Partindo de São Paulo com destino à Campinas, palco da segunda etapa da temporada 2023/2024 do curso Gestão, Qualidade e Prática, a primeira cidade visitada foi Jundiaí, na manhã de segunda-feira, 11 de dezembro.
 
Jundiaí é um município do Estado de São Paulo localizado a 57 km de distância da capital, com população que supera os 440 mil habitantes (15º colocado entre os municípios mais populosos do estado). Conhecida pela preservação de seu patrimônio cultural e arquitetônico, devido a sua rica história, a cidade é apelidada como a "terra da uva e do morango", tendo um grande destaque no cenário nacional e produzindo atualmente 30% da uva do Estado.
 
Por lá, as visitas foram ao 1º Tabelião de Notas, do titular José Lucas Rodrigues Olgado, e o 1º Oficial de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica, sob titularidade de Leonardo Brandelli.
 
Logo no início da conversa, Olgado destacou a adesão da população de Jundiaí aos atos eletrônicos. Segundo ele, titular da serventia desde 26 de outubro de 2011, já é possível notar uma redução nos atendimentos presenciais.
 
“A população de Jundiaí aderiu bastante aos atos eletrônicos. Aqui no 1º Tabelião temos tem lavrado cerca de 50% dos atos por meio eletrônico/híbrido, ou seja, com pelo menos uma pessoa assinando digitalmente. Nosso cartório aderiu rapidamente ao meio eletrônico, assim que saiu o provimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nós já implementamos e as pessoas gostaram bastante. Já se percebe uma redução nos atendimentos presenciais e crescimento nos atendimentos online (WhatsApp, e-mail, entre outras)”, disse.
 
Ao ser questionado sobre as dificuldades na prestação dos serviços, Olgado citou uma falta de padronização dos sistemas. “Temos muita dificuldade com as empresas que fornecem sistemas para os cartórios. Cada serventia tem um sistema diferente, uma espécie de procedimento diferente e esses sistemas em determinadas situações acabam engessando ou facilitando para determinadas serventias, dependendo o que cada uma pode investir. Essa falta de padronização acaba atrapalhando no trabalho. Acredito que se houvesse uma uniformização, um sistema único, ou vários sistemas, mas que se falassem, seria uma boa forma de melhorar o atendimento online principalmente”, sugeriu.
 
Em relação aos cursos e treinamentos realizados pela Anoreg/SP e demais associações extrajudiciais paulistas nas diferentes regiões do Estado, o tabelião ressaltou a sua importância para a atividade. “O aperfeiçoamento constante é necessário. Esse deslocamento da capital para as regiões do interior consegue alcançar um número maior de funcionários de cartório. Ainda temos muitos problemas relacionados a mão de obra, e eventos assim tem o poder de reduzir isso. Iniciativas desse tipo sempre terão meu apoio”, declarou Olgado.
 
Antes de deixar a cidade de Jundiaí, o oficial Leonardo Brandelli abriu as portas do 1º Oficial de Registro de Imóveis, Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica para a Anoreg/SP. A serventia, que possui cerca de 60 funcionários, fica localizada em um prédio comercial no bairro de Jardim Flórida.
 
Ao ser perguntado pela equipe da Anoreg/SP sobre os atos eletrônicos, o titular contou que a serventia teve redução drástica da quantidade de atendimentos físicos. “Nosso número de atendimentos no balcão reduziu consideravelmente por conta dos atos eletrônicos, caiu para menos da metade. Tem dias que o atendimento é cerca de um quarto da quantidade de pessoas que tínhamos antes. Está havendo uma adesão muito rápida, até mais do que eu esperava”, disse.
 
Devido a tamanha receptividade da população às novas tecnologias, Brandelli revelou que a serventia testará em breve um autoatendimento na recepção. Sobre as dificuldades encontradas na prestação dos serviços, o oficial é enfático: “uma mão de obra qualificada está cada vez mais difícil”.
 
“É uma dificuldade cada vez maior. As pessoas estão saindo da faculdade de Direito cada vez mais despreparadas. Tem sido muito difícil conseguir mão de obra qualificada. Aqui na serventia realizamos processos seletivos frequentemente, e notamos que estamos precisando entrevistar cada vez mais pessoas para preencher uma vaga. Isso é válido para todos os setores”, declarou.
 
Durante a conversa, Leonardo Brandelli contou que seu cartório recentemente foi certificado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) na NB 37301, relacionado a compliance e gestão. Segundo o oficial, a Associação afirmou que o cartório é o primeiro do país a receber esse tipo de certificação. Importante destacar que a serventia participou e foi premiada em diversas edições do PQTA (Prêmio de Qualidade Total Anoreg).
 
Após as visitas em Jundiaí, a Anoreg/SP retornou à estrada sentido Campinas na parte da tarde. No caminho, parou em Valinhos. Conhecida como a ‘Capital do Figo Roxo’, a cidade fica a 82km de distância da capital paulista e possui cerca de 120 mil habitantes.
 
Em Valinhos, a primeira serventia visitada pela equipe da Anoreg/SP foi a de Valter Ventura, 1º Tabelião de Notas e de Protesto de Letras e Títulos. Logo em seguida, a visita se deu ao Registro de Imóveis, Títulos e Documentos, Pessoa Jurídica, Pessoas Naturais e Interdições e Tutelas, sob titularidade de Antônio Ilson da Silva Mota desde 2006.
 
Na visão do oficial, a grande dificuldade na prestação dos serviços é encontrada muitas vezes no cliente. “O trato com a falta de conhecimento por parte do usuário é o nosso principal problema na prestação do serviço. Isso acaba gerando um desgaste e um embate muito grande. Fazemos treinamentos com os nossos funcionários, mas determinadas vezes o comportamento do usuário, com falta de paciência e respeito, além de não saber o que pedir na hora do atendimento, é um problema”, disse.
 
Antonio elogiou os treinamentos e cursos realizados pela Anoreg/SP no interior. Para o titular, eles são de grande contribuição para a atividade. “Sempre que participamos de eventos nacionais, conseguimos notar a deficiência de alguns prestadores de serviços e colaboradores. Além disso, ouvimos reclamações de que não há apoio institucional por parte das entidades associativas que possam oferecer cursos, com valores acessíveis, para todo mundo. Portanto, acho muito importante essa iniciativa”, contou.
 
Perguntado sobre os reflexos que a pandemia de Covid-19 trouxe ao cartório, Antonio disse que não houve tanta perda de receita. Segundo ele, as demandas (atendimentos) se concentraram no formato digital. Com a visita finalizada, a equipe deixou Valinhos em direção à cidade de Campinas.

Na terça-feira (12.12) as visitas estiveram concentradas na cidade de Campinas, uma das principais cidades do Estado de São Paulo, estando localizada a 99km de distância da capital e possuindo aproximadamente 1,2 milhão de habitantes.
 
Em 2011, Campinas foi responsável por pelo menos 15% de toda a produção científica nacional, sendo o terceiro maior polo de pesquisa e desenvolvimento brasileiro. Conta também diversos atrativos turísticos, com valor histórico, cultural ou científico, como museus, parques e teatros. A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, fundada em 1974, é considerada uma das principais do País.
 
Logo pela manhã, a equipe foi conhecer o Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais e Tabelião de Notas do distrito de Sousas, sob titularidade de Marco Antonio de Oliveira Camargo, que falou um pouco sobre a história de Campinas e seu desenvolvimento ao longo dos anos. Ele disse também que muitos moradores da cidade procuram sua serventia, localizada em uma região mais afastada do centro, para realizar atos.
 
De lá, foram visitados os três cartórios de protesto de Campinas. O 1º Tabelião de Protesto de Letras e Títulos, sob titularidade de Lincoln de Carvalho; o 2º Tabelião de Protesto de Letras e Títulos, sob titularidade de André de Oliveira Guimarães; e o 3º Tabelião de Protesto de Letras e Títulos de Campinas, sob titularidade de Reinaldo Velloso dos Santos, ficam instalados no mesmo prédio.
 
Michele Saconi Sigoli, tabeliã substituta do 2º Tabelião de Protesto de Letras e Títulos, foi a responsável por apresentar as três serventias. Segundo ela, por estarem localizadas no mesmo local, a prestação de serviços acaba sendo mais célere e eficaz.
 
Em seguida, a visita se deu ao 4º Tabelião de Notas de Campinas, do titular Wilson José Ruza. Na parte da tarde, foi a vez do 2º Oficial de Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica de Campinas, sob titularidade de Bianca de Melo Cruz Rizato.
 
Bianca disse que sente que a especialidade do seu cartório é desconhecida por grande parte da população e até mesmo colegas da atividade extrajudicial. “Nos sentimos de certa forma esquecidos. Não há muita divulgada dos serviços que nossa especialidade presta”, afirmou.
 
Esse é o mesmo sentimento de Roberto Lucio Vieira, do 1º Oficial de Registro de Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica de Campinas. Para o titular, há falta de conteúdos sobre a especialidade nos sites e redes sociais das associações extrajudiciais pelo Brasil e pediu uma maior atenção nesse sentido.