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Personagens paulistas: 20 anos sem a honestidade de Mario Covas

Publicado em: 24/06/2021
Em reportagem exclusiva à Anoreg/SP, o ex-vereador e filho de Mario Covas falou sobre a vida do ex-governador da cidade São Paulo.

A cidade de São Paulo viveu no último dia 16 de março um dia de intenso luto em razão da morte de seu prefeito que acabara de ser reeleito e lutava bravamente contra um câncer no sistema digestivo. Nas reportagens da imprensa paulistana a história de Bruno Covas era contada e recontada e uma constatação era a tônica: sua inspiração política tinha nome e sobrenome de família: era Mario Covas, cujo falecimento completa 20 anos em 2011.

Nascido em Santos, maior cidade do litoral do Estado de São Paulo, Mario Covas Junior, filho de Mário Covas e Arminda Carneiro Neto, era engenheiro de formação, mas político de alma. Ainda hoje, o nome Covas é lembrado na política paulista de forma pouco comum para quem atua na área. “Seu nome é associado a um conceito muito difícil de se ter em um homem público: honestidade, empenho e luta pelos menos favorecidos, respeitando a democracia como meio mais representativo da vontade popular”, conta orgulhoso o filho e ex-vereador Mario Covas Neto.
 
“Eu diria que à cidade de São Paulo, ele deixou uma marca muito importante de participação popular, com os mutirões de moradias e de guias e sarjetas nas periferias da cidade, sem esquecer dos bairros mais abastados economicamente que necessitam, muitas vezes, apenas de uma manutenção adequada das áreas públicas”, completa Covas Neto.
 
Formado em engenharia civil, pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP) em 1955, Mario Covas, exerceu a profissão até 1961, quando decidiu dedicar-se a vida política.

 

Governador Mario Covas
 
 
Em outubro de 1962, Covas, foi eleito deputado federal pelo Partido Social Trabalhista (PST).  Com apenas dois meses após tomar posse na Câmara, foi escolhido vice-líder do partido. Em 1966, já sob a égide do Governo Militar, Covas dedicou-se à criação do partido político Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o único de oposição existente no período. Após quatro anos de sua fundação, se tornou líder da bancada oposicionista na Câmara dos Deputados, mas foi cassado com a publicação do AI-5, ficando suspenso de exercer seus direitos políticos por 10 anos. 
 
Exatos 10 anos depois, em 1979, ao reconquistar seus diretos políticos, tornou-se presidente do diretório regional do MDB em São Paulo. Nas eleições de 1982 foi reeleito deputado federal pelo PMDB.  Em março de 1983, Covas torna-se secretário estadual dos Transportes no governo Franco Montoro.
 
Com mais de sete milhões de votos, em 1986, Mario Covas, é leito a senador. Em junho de 1988, ao lado de Fernando Henrique Cardoso, Franco Montoro, Pimenta da Veiga, José Serra e José Richa, ajuda a fundar o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), do qual se tornaria presidente provisório naquele ano, além de um de seus principais líderes.

 
Governo da maior metrópole de país
 
No início de 1995, Mario Covas assumiu o governo do estado de São Paulo, para o qual conquistou vitória em primeiro turno, tendo herdado inúmeras dívidas dos governos anteriores, como recorda o ex-vereador, Covas Neto. “Reconstruir as finanças do maior e mais importante Estado do País não foi tarefa fácil, mas foi vencida com muito trabalho e com a compreensão de que era preciso cortar na "própria carne" do governo, diminuindo o custo da máquina pública, renegociando contratos, e não fazendo uma obra nova sem terminar as milhares iniciadas e inacabadas. Isso tudo sem aumento de impostos!”
 
“Mario Covas vivia 24 horas por dia em função da delegação que o povo lhe dera. Fazia reuniões constantes (inclusive entre Natal e Ano Novo para desespero de quem organizava férias em família), e estava a par de tudo que acontecia na Administração, a ponto de assumir falhas que originalmente terem sido criadas por auxiliares sem sua anuência prévia, pelo simples fato de ser ele o governador e que cabia ser credor ou devedor das ações do governo, e isso dava à sua equipe um sentido de união e de solidariedade”, conta o filho, Covas Neto.

 
A saúde no segundo mandato
 
No final das eleições para governador do estado, em 98 no qual, conseguiria se reeleger, Mario Covas foi internado no Instituto do Coração (Incor), com uma prostatite aguda (infecção na próstata). O governador foi submetido a uma cirurgia e durante o processo, os cirurgiões detectam um câncer bexiga.  “Eu diria que à cidade de São Paulo, ele deixou uma marca muito importante de participação popular, com os mutirões de moradias e de guias e sarjetas nas periferias da cidade, sem esquecer dos bairros mais abastados economicamente que necessitam, muitas vezes, apenas de uma manutenção adequada das áreas públicas”.
 
Em março de 1999, quando já estava governando São Paulo, Covas realizou sessões de quimioterapia, que faziam parte do tratamento contra o câncer extraído da bexiga. Durante o tratamento, não deixou governar a maior metrópole do país. Em junho de 2000, o governador é internado com uma hérnia, surgida no abdômen após a operação da bexiga, em 98. Durante um exame de cateterismo, é constatada a existência de uma artéria mamária do coração obstruída. Três meses depois, os médicos de Covas, afirmam a existência de um tumor maligno entre a nova bexiga e o reto, mesma região atingida pelo câncer dois anos antes. O governador é submetido a uma nova cirurgia. Ao assumir novamente o mandato, em fevereiro de 2001, Covas, passa mal e é levanto ao Incor.

 
Reta final
 
No dia 6 de março em 2001, ás 05h30, o governador Mario Covas, não resistiu e perdeu a luta para o câncer devido a insuficiência respiratória, falência de múltiplos órgãos, carcinoma de bexiga e por doença ateromatosa, no Instituto do Coração. “Ele nunca deixou-se abater pela doença. Lutou até quando suas forças permitiram trabalhar”, recorda, Covas Neto. Covas, foi sepultado no Cemitério Paquetá, em Santos, e deixou sua mulher, Florinda Gomes Covas, seus dois filhos Renata Covas Lopes e Mario Covas Neto, maiores de idade.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação – Anoreg/SP
 
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