A Catedral Metropolitana de São Paulo, conhecida popularmente como Catedral da Sé, completa, nesta quinta-feira (05.09), 70 anos de sua inauguração oficial em 1954. Símbolo arquitetônico e cultural da cidade, o imponente imóvel de estilo gótico, localizado no coração da capital paulista, guarda uma rica história que se relaciona com o desenvolvimento da metrópole.

Um projeto de anos

A primeira igreja construída no local data de 1591, erguida pelos primeiros colonizadores portugueses como uma modesta construção de taipa de pilão. Ao longo dos séculos, a igreja passou por várias reformas e reconstruções, mas foi apenas em 1913 que se decidiu pela construção de uma catedral moderna e imponente, à altura da crescente importância de São Paulo.

O projeto arquitetônico, do alemão Maximilian Emil Hehl, foi inspirado no estilo neogótico europeu, apresentando arcos ogivais, vitrais e a grandiosa cúpula, embora incorporasse elementos típicos brasileiros, como os adornos esculpidos em granito representando a fauna e a flora nacionais. A catedral foi construída com materiais importados, como mármore italiano e vitrais alemães, mas também trazia a identidade local em sua concepção.

Décadas de construção

As obras tiveram início oficialmente em 1913, mas a construção da Catedral da Sé enfrentou diversos desafios. As dificuldades financeiras, o contexto das duas guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945) e a complexidade do projeto fizeram com que a construção se estendesse por décadas. Em 25 de janeiro de 1954, no aniversário de 400 anos da cidade de São Paulo, a catedral enfim foi inaugurada, embora alguns detalhes, como as duas torres frontais, foram concluídas somente nos anos de 1970.

Com seus impressionantes 111 metros de comprimento e 46 metros de largura, a Catedral da Sé tem capacidade para abrigar até 8 mil pessoas, sendo assim uma das maiores igrejas em estilo neogótico do mundo. Sua cripta, localizada sob o altar principal, é outro ponto de destaque, onde estão enterrados importantes personagens da história paulistana, como o Cacique Tibiriçá e o regente Feijó.

Em junho de 2016, a Catedral da Sé foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT). O tombamento reconhece o local como Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo e implica que as intervenções físicas (obras, reformas, restaurações, instalação de mobiliário urbano, como bancos e paradas de ônibus) ficam sujeitas à aprovação prévia do órgão.

Significado além da fé

Ao longo de seus 70 anos, a Catedral da Sé transcendeu seu papel como um mero espaço de culto religioso. Ela se tornou um símbolo da cidade de São Paulo, servindo como ponto de encontro e referência para manifestações políticas, culturais e sociais. A Praça da Sé, que abriga a catedral, foi cenário de eventos históricos, como a luta pelas Diretas Já na década de 1980.

Atualmente, a Catedral Metropolitana de São Paulo é um dos principais pontos turísticos da cidade e atrai visitantes de todo o mundo. Além de seu valor histórico e arquitetônico, a catedral continua sendo um local ativo de celebração religiosa, realizando missas diárias e eventos especiais.

Neste marco de 70 anos, a Catedral da Sé permanece como um testemunho vivo da história de São Paulo, refletindo a fé, a cultura e as transformações de uma cidade que nunca para de crescer. A história deste símbolo da capital paulista está eternizada por meio das matrículas 195.457 e 195.458, estabelecido no 4º Oficial de Registro de Imóveis de São Paulo.

Fonte: Assessoria de Comunicação Anoreg/SP